Livro de estreia da escritora brasileira e contemporânea, Nathalia Pena, entrega uma trama dinâmica e recheada de suspense que prende do início ao fim.
Análise do Livro: Aniquilada O mundo já é outro, de Nathalia Pena
Aniquilada traz profundas reflexões sobre a natureza humana e suas interações cotidianas. A narrativa instiga o leitor a relacionar as situações da trama com eventos do cotidiano, permitindo uma conexão imediata com a realidade.
Verena, protagonista da história, encontra-se em uma posição de grande responsabilidade ao se tornar presidente do seu país. Apesar de sua juventude, ela se compromete a governar de maneira justa, buscando igualdade em meio a um sistema democrático.
Porém, sua vida toma um rumo inesperado ao ser sequestrada. Nesse momento de crise, as verdades que acreditava conhecer desmoronam, revelando que sua realidade era apenas uma ilusão. Os discursos que proferia e as decisões que tomava eram manipuladas por aqueles que ela confiava, levando a uma desconcertante perda de controle sobre sua própria história.
“É difícil distinguir o monstro que querem que sejamos das pessoas que realmente somos.”
Após essa experiência traumática, inicia-se uma jornada de autoconhecimento para Verena. Ela se vê obrigada a desvendar o verdadeiro cenário em que vive, confrontando seu passado e redefinindo suas relações de confiança.
Com uma mente cheia de incertezas, Verena se sente desorientada e vulnerável. As vozes internas que a atormentam geram um estado constante de dúvida e medo, criando uma atmosfera de tensão.
“Por que esperar algo diferente de um povo perdido em sua própria raiva? Sou um fantoche diante de tudo isso.”
Enquanto descobre a gravidade dos conflitos políticos em seu país — guerra civil e divisões sociais acentuadas — Verena percebe o peso que suas ações têm sobre a vida dos outros. Sua imagem, que para alguns a torna heroína, para outros a transforma em vilã, é um reflexo da complexidade da sociedade.
Nesse cenário de crise, ela se junta a um plano que promete restaurar a paz e recuperar sua liberdade. No entanto, os aliados que aparecem em sua jornada têm suas próprias agendas, tornando a situação ainda mais complicada.
“Afinal, sou uma arma contra a oposição. O que aconteceria se a criação se revoltasse contra o criador?”
Por meio desse plano, o enredo se desdobra em mistérios e reviravoltas, envolvendo não apenas Verena, mas também outros personagens intrigantes como Conrado e Adriel, que desempenham papéis cruciais em sua vida. Katashi e Kalani, amigos de Verena, também exibem dinamismos complexos, embora guardem ressentimentos que complicam suas relações.
A diversidade de personalidades entre os cinco personagens principais compõe uma narrativa rica e multifacetada. Eles não são apenas indivíduos em conflitos externos, mas também trazem suas próprias batalhas internas, lutando por suas identidades e valores em meio ao caos.
A obra aborda temas como autoestima e autoconfiança, além de questionar até onde uma pessoa está disposta a ir para proteger aqueles que ama. A escrita de Nathalia Pena revela uma camada sensível relacionada à luta por princípios em um mundo turbulento.
A leitura de Aniquilada é envolvente e repleta de surpresas. O encerramento do livro deixa um gosto de expectativa para a continuação da história, que promete expandir ainda mais o universo apresentado.
“Faça um favor a si mesma e se permita sentir, tente entender de onde os seus sentimentos estão vindo e o porquê de sentir assim. Só desse modo conseguirá seguir em frente.”
