Resenha do livro Eu e a Meningite de Mara Orssatto: Uma Jornada de Coragem e Superação

O drama real de um diagnóstico errado que levou a sequelas importantes, mudando a vida da autora do dia para a noite

Análise do Livro: Eu e a meningite, de Mara Orssatto

Mara compartilha sua experiência angustiante ao enfrentar os primeiros sinais de meningite. Ao buscar ajuda médica, ela recebeu um diagnóstico incorreto, o que não só atrasou o tratamento, mas também resultou em complicações mais severas do que a doença em si. A narrativa dela é um chamado à atenção sobre a importância de reconhecer os sintomas da meningite e seguir os protocolos adequados de diagnóstico e tratamento.

Com a intenção de alertar o público, a autora detalha seu sofrimento e como a falta de um diagnóstico preciso deixou marcas profundas. Esse relato é um convite à reflexão sobre como situações desse tipo podem afetar não apenas a saúde física, mas também a saúde mental dos indivíduos.

Cenário da meningite em adultos no Brasil

Conforme indicam dados oficiais, entre 2007 e 2020, o Brasil registrou um total de 265.644 casos confirmados de meningite, com 26.436 deles sendo do tipo meningocócica, a mesma que afetou Mara. Apesar da existência da vacina contra essa forma da doença, os números continuam alarmantes.

A meningite é uma condição séria, com potencial de transmissão elevado, e pode levar a consequências fatais ou sequelas permanentes. Portanto, a conscientização é crucial. Anualmente, no dia 24 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Meningite, uma data dedicada a promover a prevenção e a identificação de sintomas, intensificando a importância da vacinação.

Os sintomas iniciais incluem dores de cabeça, febre e, às vezes, rigidez no pescoço. Nos casos mais graves, sinais como vômitos, forte rigidez na nuca e manchas avermelhadas na pele aparecem. Procurar atendimento médico de imediato é essencial para implementar os protocolos corretos.

Mara e a Meningite

Mara vivenciou essa sequência de sintomas, buscando ajuda precisamente por causa de uma dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, vômitos e diarreia. Ao chegar ao hospital, os médicos não conseguiram diagnosticar corretamente sua condição inicial, oferecendo apenas tratamento para desidratação e negligenciando a gravidade de sua situação.

As horas passaram sem progresso, e foi necessário que sua família intervisse para que ela fosse transferida para um outro hospital, em busca de um tratamento adequado. Essa troca de instituição trouxe um novo diagnóstico, mas as complicações já eram significativas.

Mara luta por sua saúde e se estabelece como uma verdadeira sobrevivente, buscando contar sua história para ajudar outros a evitarem experiências semelhantes. Apesar de ter superado a doença, o impacto físico e psicológico é uma realidade constante, resultado da demora no diagnóstico e no tratamento.

Uma história de luta

No relato, Mara não apenas narra sua batalha contra a doença, mas também oferece um vislumbre de sua vida pessoal e profissional. Desde jovem, enfrentou diversos desafios, como a ausência do pai e a luta de um irmão com dependência química, mudando frequentemente de casa em busca de estabilidade.

A perseverança, a curiosidade e a vontade de entender seu contexto foram fundamentais em sua trajetória. Com a meningite, não foi diferente: Mara se tornou uma pesquisadora atuante, informando-se sobre seus direitos e enfrentando diversos médicos para garantir que recebesse o tratamento justo e adequado. Ao compartilhar detalhes sobre seus prontuários, receitas e interações com profissionais da saúde, busca alertar outros sobre o valor de questionar diagnósticos e tratamentos.

Buscar uma segunda opinião e informar-se sobre os direitos pode ser vital em situações de saúde. Isso não se configura como desconfiança, mas sim como uma estratégia de segurança diante de possíveis erros médicos. A narrativa de Mara se torna, então, uma importante advertência social, incentivando todos a se empoderarem em suas experiências de saúde e bem-estar.